Resumo da Obra
Dom Casmurro é um romance psicológico narrado por Bentinho, um homem marcado por dúvidas e desconfianças que o acompanharam ao longo da vida. A narrativa é construída com memórias e reflexões, de forma a envolver o leitor na dúvida central da trama: Capitu traiu ou não Bentinho?
Estrutura Narrativa
Machado de Assis usa um narrador em primeira pessoa que manipula os fatos de acordo com sua percepção subjetiva. Isso torna o leitor cúmplice do narrador, mas também crítico. A ambiguidade é o ponto-chave da obra, reforçada por lacunas e contradições propositais.
Contexto Histórico e Literário
Publicada em 1899, a obra pertence ao Realismo, movimento que substituiu o Romantismo e priorizou a análise crítica da sociedade. Ao abordar a psicologia dos personagens e suas contradições, Machado antecipou aspectos do Modernismo e influenciou a literatura mundial.
Personagens Principais
- Bentinho: Inseguro e ciumento, representa a subjetividade e a dúvida do narrador.
- Capitu: Inteligente e astuta, é uma figura enigmática que desafia a leitura unívoca.
- Escobar: Amigo de Bentinho, cuja relação com Capitu é o centro do conflito.
Capitu: Mito ou Realidade?
A figura de Capitu transcendeu o romance. Tornou-se símbolo da mulher independente, da dúvida e da injustiça. A expressão “olhos de Capitu” virou sinônimo de ambiguidade. A obra questiona se a verdade está nos fatos ou em quem os conta.
Conclusão
Dom Casmurro é mais que um romance sobre traição. É uma obra-prima da ambiguidade, um convite ao leitor para refletir sobre as limitações da memória, da narrativa e da verdade. A genialidade de Machado de Assis reside em fazer da dúvida sua maior certeza.